Qual o filme da sua vida?

Ou o que fazer para não enlouquecer num mundo apegado a histórias com finais satisfatórios.

Denise: Às vezes penso em todas as pessoas que vemos bem sucedidas e tento imaginar a rotina delas, se elas passam por problemas como os nossos. Se acordam como se estivessem num filme romântico hollywoodiano ou num romance de banca de jornal em que as pessoas são sempre bonitas, inteligentes, ricas e bem humoradas.
Eu: a falta de verossimilhança dos filmes com o mundo real é que causa sociedades frustradas.
Denise: É nisso que me pego para não me derrotar.

Ontem Rousseau me disse…

No ínicio, o mundo era de todos. Não havia motivo para qualquer cidadão colocar uma cerca em uma área de terra e determinar que aquele espaço lhe pertencia. O homem era dotado de instintos animais primários que não o distinguiam de qualquer outra espécie. Lutava apenas com outros animais pela preservação da vida. Em A Origem da Desigualdade entre os Homens, Jean-Jacques Rousseau dichava destrincha o começo da história da humanidade e como chegamos ao ponto que hoje vivemos.

Em um discurso detalhado, ele questiona o que torna o homem selvagem um verdadeiro primata e o homem civilizado acima dessa posição. O que ele conclui é que o homem civilizado só conseguiu adqurir vícios e males inimagináveis ao homem enquanto simples animal. Isso foi amadurecido através da criação da linguagem que deu origem ao pensamento e, posteriormente, à lógica.

Outro importante ponto que ele me disse foi sobre o trabalho, sobre o sistema de servidão criado pelos primeiros ricos que fez com que os pobres nutrissem sonhos que nunca seriam concretizados e aceitassem a escravidão como algo essencial para sua inserção na sociedade. “Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser” (Goethe).

Rousseau é um cara mais gente fina do que eu imaginava.