Ocultar postagens na página inicial do Blogger

Pode-se considerar este mais um tutorial destes pra ganhar estatísticas.

Você quer criar uma categoria no seu blogger em que os posts não apareçam na página inicial, certo? Pra não misturar assuntos, ou enfim, por um motivo qualquer que você encontre pra isso. Lembrando sempre que eu não sou um expert nessa merda e só descobri essa forma fuçando blogs, comentários e fóruns do Google. É um hack, uma gambiarra que funcionou pra mim e, caso funcione pra você, espero que seja bem feliz.

Segue os passos:

1º Siga os passos deste tutorial do iceBreaker, trocando apenas a parte do código gigante por este abaixo (inclusive trocando onde se diz ‘MARCADOR’):

<b:if cond=’data:blog.url == data:blog.homepageUrl’>
<b:if cond=’data:post.labels’>
<b:loop values=’data:post.labels’ var=’label’>
<b:if cond=’data:label.name == “MARCADOR”‘>
<b:if cond=’data:post.dateHeader’>
<h2 class=’date-header’><data:post.dateHeader/></h2>
</b:if>
<b:include data=’post’ name=’post’/>
<b:if cond=’data:blog.pageType == “item”‘>
<b:include data=’post’ name=’comments’/>
</b:if>
</b:if>
</b:loop>
</b:if>
<b:else/>
<b:if cond=’data:post.dateHeader’>
<h2 class=’date-header’><data:post.dateHeader/></h2>
</b:if>
<b:include data=’post’ name=’post’/>
<b:if cond=’data:blog.pageType == “item”‘>
<b:include data=’post’ name=’comments’/>
</b:if>
</b:if>

Feito?

2º Essa é a parte da gambiarra. Concluído o passo acima, todos os seus posts vão desaparecer do blog. Então você precisa de um novo marcador para todos os posts que vão aparecer na página inicial. É fácil:

2.1 Vá em editar comentários, insira o marcador (que vc criou) em um dos posts
2.2 Selecione todos os posts, lembrando sempre de selecionar TODOS (!) os posts (você entendeu)

2.3 Em “Ações de marcador” selecione a nova tag que criou.

Pronto, seu blog voltou ao normal.

Agora, pra criar o menu suspenso, bonitinho, é só seguir as instruções desse tutorial do André Felipe. Você pode ainda estilizar seu menu usando esse post da Bloggersphera.

A partir de então, todos os posts que você quer que apareçam na home, você vai ter que utilizar o novo marcador. E para os outros menus, os marcadores que criar. É isso.

Passar bem.

Day 09 – a song that you can dance to

Essa música podia ser colocada em vários dias. Segue-se aqui uma nostalgia que começou com a Karina lembrando a época do Madame, a qual, embora não tenhamos vivido no mesmo período, temos a mesma boa lembrança.

Viva La Revolución, do Adicts eu conheci na época do Hangar 110, quando trabalhava na livraria do shopping Santa Cruz e ia direto pro metrô Armênia, ver bandas que não conhecia, conhecer gente esquisita, alguns de meus melhores amigos hoje e ouvir músicas antes dos shows, de onde tirava uma frase, descobria a banda no Google, buscava no Soulseek e baixava uns discos. Antes de entrar, passava nos dois bares, escolhendo algo nada decente para beber e depois você poderia me encontrar pogueando (ou dançando desajeitado) sozinho, ao som de músicas como essa.


The Adicts, Viva la Revolution

Day 08 – a song that you know all the words to

Eu passei o dia tentando lembrar uma música boa que eu soubesse a letra inteira. Fiquei sem jeito quando descobri que são tão poucas. E aí tentei esmiuçar meu last.fm e nada, nenhuma banda descolada, nenhuma música nostálgica, nada. E então, nove e meia da noite, a lua veio me dizer.

Todo mundo deve saber até os ‘dererere-ê’s.


Katinguelê, Recado à minha amada (só quem é sabe o nome dessa música, hhahahah)

Day 07 – a song that reminds you of a certain event

O filho do Regino tinha acabado de nascer. Eu tinha me desentendido com a Denise, por um motivo bobo qualquer. Estacionei num hotel na parte bonita da Augusta e caminhei até a Paulista, onde encontrei meus amigos naquele bar central com uma porção cadeiras na calçada, gente rindo descontrolada, a gente no caixa tentando fazer o cara entender que eram quatro cervejas e não três. Pensamos trezentas vezes para que lado da Paulista seguir, se para os ricos e aconchegantes pubs da Consolação ou para os lamurientos bares esquecidos nas travessas e ruas paralelas. Fomos até um bar caro, paramos em frente, vimos aquela galera descolada. Não precisou muito para voltarmos sem dizer uma palavra. A gente sabia que não era ali. Acabamos dando a volta. Entramos no carro de um dos amigos do novo pai. Era um japonês chicano, pelo que minhas anotações mentais me permitem lembrar. O apelido era Japa ou algo assim, mas ele parecia ter acabado de sair do filme Marcados pelo sangue, aquele dos Vatos Locos ou ser primo distante de um integrante do Cypress Hill. O carro era desses importados velhos, mas com um som potente, uma gritaria infernal e guitarras na afinação mais baixa do universo. Ele dirigia feito um maluco. Fui na frente, ele ultrapassava os carros como se fugisse de algo, quase bateu em todas as curvas, passou por esses buracos do trânsito que a gente não tem culhões pra entrar. Era um cara experiente, mas eu sempre fico com o pé atrás de quem dirige fumando um baseado conversando e olhando pras pessoas enquanto fala.

Descemos a rua Augusta até sua parte mais feia e superlotada com os piores bares do mundo e as caras mais conhecidas também. Encontramos um antigo conhecido em comum, paramos na frente daquela sinuca velha com um banheiro terrível “não importa onde esteja, é sempre onde tem mais barulho, maior cheiro de bagulho, disso eu me orgulho”, bem podia ser essa a música. Cumprimentei um cara na fila, pedi quatro cervejas. Conversamos na frente do boteco. O Regino agora era pai, seu filho tinha nascido pré-maturo, acelerado como meu amigo. Neste dia aconteceu uma briga perto de nós, um sem fim de bêbados grandiloquentes esbarrando nas pessoas e querendo entrar na confusão. Fiquei com o Cabelo vaiando de longe ‘os pipoca’, como chamamos a trupe dos malandros de ocasião.

O Regino foi embora cedo para o Pro Maitre, encontrar sua garota, já maluca por saber onde ele estava. Eu não a conhecia, a gente nem podia ir visitá-la ou coisa assim. Fiquei pela Augusta com o Cabelo, na esperança de outros amigos que chegariam mais tarde. Já era uma da madrugada, cantávamos o refrão de Grajauex, que tinha acabado de ser lançada e conversávamos sobre rap, sobre livros, sobre a vida. Conheci um cara que se dizia primo do Glauco, disse que estava hospedado na casa do cara até uma semana antes da tragédia toda. Eu acreditava em tudo. Eu tinha acabado de ler Cartas do Yage (diz-se iagé) e fiquei interessadissimo na conversa sobre payote e os rituais todos. Tudo graças ao lubrificante social, a cerveja inocente que tomávamos.

Chegou outro pessoal. O Biu ‘be god’ (Bigode) me passou algumas músicas por bluetooth, uma delas tão absurda que não consigo me lembrar. Conversamos até bater um sono intranquilo. Decidi ir pra casa, me despedi, eles também iriam. Nos cumprimentamos, eles desceram a Augusta, eu ia subir até a Paulista, encontrar meu carro. Logo que comecei a andar lembrei de ter pedido mais duas cervejas e esquecido de pegar. Não vou perder nove reais assim, à toa. Parei na frente do bar e terminei uma, ainda vendo meus amigos descerem a rua. Subi com a outra garrafa na mão, a despeito do dono do bar. Encontrei um mendigo na subida, que me pediu um cigarro. Lhe ofereci a garrafa. Ele agradeceu. Perguntei onde morava, ele acenou, sem saber direito o que responder. Refleti sobre a imbecilidade de se perguntar a um mendigo onde ele mora. Finalmente disse que tinha perdido a família e não quis se estender no assunto. Me cumprimentou com as mãos sujas e eu que já não me importava dei aquele meio abraço, que reservamos aos amigos.

Encontrei meu carro no estacionamento de um hotel na Paulista, cansado de tanto subir a rua. Esperei e gostaria de ter dinheiro suficiente pra dormir ali. Acendi um cigarro e voltei pra casa na ilegalidade. E eu já não me importava.


Criolo, Grajauex – no dia que o Romeo nasceu

day 06 – a song that reminds you of somewhere

Me lembra de Peruíbe, na casa do avô e avó do Wolvs, um amigo de infância, nas férias de 2002. Era a música que tocava no rádio. Nós não tínhamos CDs pra ouvir a não ser uma coleção de fitas de rap do primo dele e uma outra fita com essa música. Nós ouvimos umas 645 vezes, chutando baixo. Me faz lembrar um chão de paralelepípedos, com alguns matos crescendo nas frestas e um passeio de bike até uma espécie de interiorzinho da cidade. Voltamos pro mercado e compramos o último pacote de um biscoito dos Simpsons que nunca mais encontramos de novo. E aprendemos a tocar o riff dessa música exaustivamente durante o processo.


Linkin Park, In the End

day 05 – a song that reminds you of someone

É aqui que eu quebro o protocolo e lanço quatro músicas.

Minha música com a Denise, não tem nem como não lembrar.

Paralamas do Sucesso, Me liga

Acho que não preciso falar essa, heh

Beach Boys, Good Vibrations

Essa eu lembro do meu irmão, o Rodrigo, ou Bigode, como ele quer ser chamado agora. E da vez que ele me fez uma raiva absurda e eu peguei um disco do NOFX e arranhei na parede.

Nofx, Dinosaurs will die

Lembro da Priscila, uma amiga que sofreu um acidente foda em 2007, desses de começar a desacreditar em Deus. Toda vez que ouço esse som é como se ela estivesse do meu lado.

Lucidez, Jorge Aragão

Day 04 – a song that makes you sad

Essa música é de uma simplicidade trágica pesadíssima. O relato de um filho que lamenta a morte de sua mãe. Recomendo também esse vídeo ao vivo no CCPC, em que o Criolo Emicida Projota mostra porque é o melhor e mais verdadeiro rapper nacional da atualidade. É uma boa música, mesmo. Mas me deixa triste, isso basta pra ter ela aqui no dia 4.


Projota, Véia

What’s up, doc?

Eu tenho isso com consultas médicas.

Acontece sempre que você está do lado de fora aguardando chamarem seu nome naquelas cadeiras infantis confortáveis esperando que o(a) médico(a) seja ultra paciente com seu problema atual, entenda seu lado, passe a mão na sua cabeça, diga algo parecido com “pois é, eu sei como você se sente”, lhe entregue um pacote de doces no final e diga, “seja um bom menino e tome os remédios, ok?”.

É então que, de dentro da sala, uma voz furiosa ecoa pelos quatro cantos da clínica dizendo seu nome. Ela precisa ser furiosa para ecoar, pois o médico está sozinho lá dentro e o último paciente possivelmente com algum problema de ordem mental deixou a porta quase encostada. E no segundo antes de levantar você pensa porque diabos esses consultórios nunca avaliam a necessidade de sistemas de som e microfones nas salas de consulta. Você não culpa o médico por não ter feito o esforço básico de levantar e ir até a porta. Você não pode culpar alguém com uma voz tão assustadora.

Você também não quer mais entrar no consultório, mas acaba levantando apenas pelo frio na espinha que aquela voz alta, dirigida e ríspida lhe provoca. E no fundo você sabe que não existe uma forma dessa voz alta, ríspida e dirigida lhe acariciar a cabeça dizendo que entende seu problema. Não há outra forma, você vai ter que abrir a porta com um sorriso de esperança e enfiar na cabeça que é tudo o que você tem. Lá dentro, em segundos, vão estar juntos você, seus problemas atuais e a dona de uma intimidadora voz cansada de ouvir problemas menores e indicar xaropes e que certamente não vai lhe dar um pacote de doces quando terminar de escrever a receita.

Nós na fita

Vibe essa do dia dos namorados hein? Dei uns presentes bobos, uma foto, esse tipo de coisa pequena, mas bem significativa, como os presentes de verdade. Tivemos dois dias incríveis no final de semana, sem ‘mas’, sem neuras, só sorrisos, como espero que tenha sido o de todos.

Gravei uma mixtape também. Dessas que a gente pega as músicas marcantes e diz coisas bobas nos intervalos. Nunca tinha gravado uma. Nick Hornby disse algo bonito a respeito de gravar uma mixtape para alguém que você goste, embora eu eu nunca me lembre da citação (e acabei de descobrir que toda a demora para escrever esse post foi baseada na busca dessas aspas):

“I spent hours putting that cassette together. To me, making a tape is like writing a letter, there’s a lot of erasing and rethinking and starting again, and I wanted it to be a good one, because … to be honest, because I hadn’t met anyone as promising as Laura (…)  A good compilation tape, like breaking up, is hard to do. You’ve got to kick off with a corker, to hold the attention (I started with “Got to Get You off My Mind,” but then realized that she might not get any further than track one, side one if I delivered what she wanted straightaway, so I buried it in the middle of side two), and then you’ve got to up it a notch, or cool it a notch, and you can’t have white music and black music together, unless the white music sounds like black music, and you can’t have two tracks by the same artist side by side, unless you’ve done the whole thing in pairs, and… oh, there are loads of rules”
Nick Hornby, Alta Fidelidade, 1995

Só caguei para a regra sobre “música negra” e “música branca”, colocando Criolo e Paralamas do Sucesso no mesmo lado. De resto, as decisões são bem difíceis mesmo. É como ambientar cenas de filmes, da comédia romântica em que a Jenniffer Aniston e o Ashton Kutcher são vocês dois. Daí você tem que lembrar aquelas músicas que vocês ouviam quando tudo começou, as músicas sobre brigas e umas paródias engraçadinhas e as que emocionam em qualquer ocasião. Fechando com meu embaraço ouvindo ao lado dela todas as coisas que gravei no microfone por cima da trilha. Uma timidez quase bonita de se ver.