Dreher Chronicles #001

Chovia muito. Na sala, à meia luz, eles falavam sobre como eu era inteligente, sobre como conseguia articular tudo isso sem me tornar chato, insensível ou arrogante e como conseguia explicações simples para qualquer complicação que fosse. Comentavam também meu comportamento tímido, meu humor negro, cada um contando sua experiência individual de adaptação ao meu convívio. Diziam que eu lia muitos livros, muitas notícias, raramente não sabia do que estavam falando. Verdade, também comentavam que eu sempre sabia do que estava falando e, caso não soubesse, procurava entender.

Algum trecho do meu cérebro ainda conseguia ouvir essa conversa, bem longe, enquanto me escondia numa bebedeira que só teria fim quando eu não conseguisse mais chegar na geladeira para alcançar outra lata. Lembrei de uma ex-namorada que lia o dicionário pra poder lidar comigo. Ela não lidou e sumiu. Eu lidei, deixei de ouvir a conversa da sala e fui até o bar, tomar um conhaque com limão e tentar provar de uma vez por todas que nada daquilo que falavam era sobre mim.

[causo da festa da firma, 2010]

São Paulo para todos nós

A frase do dia aqui na redação: Hoje é feriado no meu coração!less than a minute ago via EchofonRobson Assis
bigblackbastard

Falta um minuto para acabar o prazo oficial de comemorações do aniversário de São Paulo. Neste curto espaço de tempo, conto como foram as minhas.

Saí de casa para trabalhar com certo receio de não poder ver minha cidade no dia de seu aniversário. Atravessei a Régis Bittencourt e o Rodoanel com esse pensamento na cabeça. Ao chegar na Castello Branco, já tinha em mente as listas que preciso atualizar no trabalho e esqueci um pouco toda essa minha ingratidão.

Se você trabalha na Grande São Paulo, deve entender melhor o que estou falando. Osasco, Barueri, Jundiaí, Itapevi etc. Esses municiípios não são obrigados a tirar o dia de folga para o World Bike Tour ou para os shows do Anhangabaú, o que torna o dia 25, um tanto mais deprimente que o usual.

Com tudo isso em mente, estava preparado para terminar meu expediente e comemorar minha noite na Marginal Pinheiros, sentido casa.

E então, por qualquer infortúnio que prefiro não explicar em detalhes, me deparei com um carioca da empresa que trabalho. A primeira coisa que pensei foi nele dizendo que minha cidade não valia tanto assim, por ser do rio. Quando a gente tem uma auto defesa armada, é difícil redimir esses mini preconceitos sociológicos.

Ele disse que mora há quatro anos em São Paulo e, por trabalhar com entregas de caminhão, conhece mais a quarta maior cidade do mundo do que muito paulistano. Depois dessa discurso pedante, me aliviou dizendo que ama a cidade. Ama porque foi aqui que ele conseguiu estudar, conseguiu empregos que valessem a pena e uma real perspectiva de vida. Disse que a cidade fez ele mudar de vida de uma maneira significativa, de uma forma que ele mesmo não poderia prever que pudesse acontecer em sua história. Era o paulistano dream, na minha frente, patrocinando meu orgulho pela cidade natal.

Voltei pela marginal, como planejado, já com pensamentos melhores que os da manhã. Porque no dia 26 de janeiro, quando eu acordar para refazer todo o caminho até a Grande São Paulo, sei que a cidade ainda vai estar lá, de braços abertos, esperando de coração cheio os meus eufemismos mais simplórios.

O Reality da realidade

Ou ‘Minha sincera compaixão pelo Big Brother da vida real’

Como alguns de meus trinta leitores casuais devem saber, trabalho em uma redação para e-commerce, que fica situada dentro do centro de distribuição da empresa. O CD, como é chamado, consiste 90% no estoque, um galpão de não sei quantos mil metros quadrados e pelo menos 900 funcionários separados por turnos. Os 10% restantes são os outros setores, que devem ter cerca de 30/40 pessoas.

A galera que trabalha na parte de dentro do estoque é, digamos, excepcional. É de lá que vem as piadas e comportamentos mais dignos de virar hit do Youtube, além do som alto do rádio ligado pela manhã, provavelmente com a frequência emperrada na Band FM. Outra característica comum aos colaboradores desse setor é deveras insuportável: observar.

Sabe aquele tipo de gente que assiste a vida como se fosse uma novela das oito, ou como o Big Brother? Cada um de nós, as 40 pessoas dos outros setores que não são o estoque, nos tornamos personagens neste console de entretenimento que estes 900 criaram. E a TV deles, por assim dizer, vamos tratar aqui como banquinhos.

Cada vez que o horário de almoço consegue reunir um grupo de três ou quatro pessoas do estoque no ócio da tarde, pode ter certeza que eles vão analisar cada passo seu, assim que você passar por eles. Não são pessoas que passam por você encarando, ou coisa que o valha. Mas quando elas sentam nos bancos, é como se realmente pegassem o controle remoto para assistir um programa de TV, para debater com seus colegas o quanto aquela moça engordou ou que absurdo aquele cara casado do Fiscal ainda estar dando em cima da estagiária do RH.

Fico triste ao imaginar que, para este público sem acesso a interné como nós dos outros setores, isso deve ser o máximo de entretenimento que eles podem ter durante o dia.

Do verbo evitar

Hoje eu estou evitando.

Evitando comprar brigas aleatórias, responder e-mails sem necessidade, postar no Twitter qualquer porcaria que em três meses eu não entenderia o motivo.

Como disse outro dia, vou perder uns horários de almoço do começo de fevereiro procurando um lugar pra chamar de lar por uns tempos, aqui na região do trabalho. Só quero uma cama, uma TV com HDMI, um media player e uma estante pros livros. Um sistema de som bacana também não seria nada mal. Só quero um espaço pra me largar na tranquilidade que não tenho mais com tanta frequência na casa dos meus pais. E também são 26 anos de roupa passada, né, amigo, já expirou a licença do fabricante.

Nada demais, não briguei feio, nem coisa que o valha, na verdade não me vejo no direito de fazer isso (aliás, com ninguém). Só quero deixar eles e meu irmão por lá, vir trabalhar em 10 minutos, poder ligar em casa com saudade antes de dormir, trocar o chuveiro sozinho, esse tipo de sensação que faz a gente crescer de verdade.

Por enquanto, deixo aqui a melhor música (ou a que mais faz sentido em toda essa intempérie de pensamentos) do disco Oh Gravity! do Switchfoot, banda nova que conheci por um artifício do destino, ou da página de Loads do meu reader, que nunca falha.


Switchfoot, ‘Awakening’

A Mochila de Pedras

Algumas coisas me fazem mal, como ouvir uma mentira que você sabe a versão real, ou ter que se envolver nessa mentira, ou cigarros etc. Apesar disso, nada me faz tanto mal quanto ter que dizer: “olha, hoje não dá, eu não tenho dinheiro”.

Porque, convenhamos, todo o tempo estão te chamando pra frequentar churrascos, festas, baladas, jantares, confraternizações com a qual você não dá a mínima, mas iria de bom grado se você não tivesse pago aquela fatura do cartão de crédito, pra felicidade da atendente da Visa que já tinha até decorado os horários que você estaria em casa.

E dizer essa frase é como ter de admitir outro fracasso, afinal, você não está bem (pelo menos financeiramente). Pra mim, chega próximo mais ou menos de dizer, ‘olha, não posso ir nesse churras amanhã porque não fui bom o suficiente para me permitir estar com vocês’. OK, nem tão dramático, mas esse é o viés da história.

Eu tento evitar, mas acontece de às vezes, como agora, ter de carregar ainda mais minha mochila psicológica de pedras, como a Chiba sugeriu. ‘Todas as vezes que você não fala ou não expõe o que você pensa, ela disse ‘você tem que carregar mais peso na sua mochila’. Acontece com alguma regularidade. E ao dizer essa frase, coloco pelo menos outras dez das grandes e sigo em frente, até o ponto em que ela fica insuportável, estoura e recomeça a encher.

Claro que nada disso tem a ver com o posto que estou atrasado para comparecer depois desse post, na verdade vai ajudar muito a relaxar e esquecer um pouco disso tudo.

Um dia na cidade grande

Daí que tive três reuniões na sede do trampo hoje. Uma sobre vídeos (cabelo ao vento, gente jovem reunida), outra sobre design das páginas (com o carioca malandro da criação) e outra sobre navegação do site (e meu primeiro contato gentil com o comercial). Foi um desses dias que tem tudo pra dar errado, mas acabam sendo perfeitos no final.

O prédio acolhe o suficiente, o elevador constrange o suficiente, as pessoas usam gravatas azuis com detalhes suficientes e fumam Marlboro light tão frenéticos como num mundo pós apocalíptico em que os cigarros não são mais suficientes para suprir todo o planeta. O chão tem carpetes, as salas de reunião tem TVs de 50 polegadas e a medida de importância dos funcionários varia de acordo com o celular que eles possuem. Diretoria e Presidência estão na categoria iPads, gerentes e supervisores são mais iPhone 4. A horda de compradores e galeré de marketing só usam Blackberry e demais Smartphones com pacotes de dado baratos.

Ah, sim, sabe quando seu pai só bebe Antartica e sua mãe só compra tênis Adidas, porque eles sempre foram bons e nunca vão desapontar? Acontece isso com a máquina de snacks e de café espresso, que estão mais enraizadas cultura na empresa do que qualquer outra coisa.

Saindo de lá, fui encontrar uma amiga e ver umas propostas de freela (dou mais detalhes no futuro, quando algumas coisas estiverem mais fechadas. De cara, posso dizer que fiquei bem feliz com essa última reunião).

Estava ciente de que não teria tempo pra almoçar, pois tive que andar até o Itaú da Faria Lima. Uma sensação que não experimentava há uns bons cinco anos: caminhar em meio à multidão entre meio-dia e duas da tarde, no coração comercial (ou nervoso, como diz meu pai) de São Paulo. O horário de almoço na região da Vila Olímpia, Berrini e adjacências se compara à operação descida da Imigrantes no reveillón. Gente com a estafa corporativa estampada na cara, suada, tomando sorvete nas banquinhas e ciente de que andar rápido não adianta muito, afinal você vai acabar passando a virada (ou acabando seu horário de almoço, neste caso) perdido naquele mar de gente tentando atravessar os túneis (ou a rua, pra finalizar a analogia).

Ao chegar perto do estacionamento, encontrei uma padaria com a melhor esfiha de carne do universo. Recheio tratado afim de não ficar parecendo pastel de feira, além de uma massa envelhecida ao ponto que só os mestres sabem deixar estragar. Pra fechar com chave de ouro minha estada na padaria, um garçom chega e pede pro cara de dentro do balcão: ‘ô Gardenal, passa esse pano seco aí pra mim, valeus!’. Lugar.dos.sonhos.

No final das três primeiras reuniões, fumava com minha chefe do lado de fora do prédio e ela disse o quanto era estranho vir pra São Paulo nas primeiras reuniões que teve na sede, depois de tantos anos pegando estradas e pagando pedágios, sem se preocupar tanto com semáforos ou pedestres. Apesar de tudo, soa realmente estranho ver 50 pessoas esperando o farol fechar pra atravessar a rua, ou os elevadores esturricados e apitando por excesso de peso na hora do almoço. Isso quando o máximo de gente que você pode ver no caminho do trabalho está dentro da padaria, ou no ponto de ônibus.

Foi só outro dia simples na grande metrópole para alguém que, apesar de morar lá, pouco frequenta a cidade natal. Lembro de uma palestra, em que o Ferréz, escritor, citava um conselho de sua mãe: ‘você pode sair, fazer o que eles pedem, rir das piadas deles, comer da comida deles, oferecer o que tem pra oferecer, mas é na sua casa, com os seus, que você volta a colocar os pés no chão pra pensar direito na vida’.

Testemunhos no LinkedIn

Descobri hoje uma nova habilidade que certamente vai me angariar alguns amigos antigos, tenho certeza: sei escrever boas recomendações no LinkedIn apenas omitindo fatos reais. Funciona assim: Eu lembro daquela vez que fulano arregou pra briga no meio da redação e então lanço uma frase parecida com ‘ele sabe onde impor suas opiniões sem afetar o equilíbrio do ambiente’.

Só hoje entendi o propósito das recomendações, e percebi que era exatamente como imaginava, é uma versão corporativa do depoimento do orkut, mas, atente, não é algo espontâneo: as pessoas te pedem através de mensagens pessoais pelo próprio site. Daí você tem que escrever que fulano ‘goza de boa simpatia desde o faxineiros até a presidência’ só pra omitir que ele transou com a empregada e com a Dona Luzia, do comercial, mulher do presidente (e o ‘goza’ morre com você, como uma piada interna sem graça).

É daí pra pior, sério, mas o interessante é que você realmente quer dizer aquilo, só omite por exemplo a rasgação daquela reunião que nego reclamou de salário e da comida do refeitório, gritando que o chefe ganhava o triplo e por isso não tava nem aí! Porque afinal, tudo o que um possível empregador precisa saber é que fulano ‘tem a opinião incisiva e decidida, além de incentivar a reflexão do grupo, ainda que isso implique em longos e fortuitos debates’.

Por favor, algúem me pare!

Nobre Miseré

E essa piada de hoje, via MSN, às 17h19 do segundo tempo?

Cara, não sei, esse negócio de trabalhar longe não tá rolando.

Mais do que cansaço, está me deixando sem paciência para relações sociais em geral em que qualquer pequeno problema se torna uma gloriosa tempestade de maus pensamentos.

Outro dia, voltei pra casa só por ter avistado o trânsito na estrada. Só consegui ir trabalhar após terminar a segunda temporada de How I met Your Mother (que dá uma tranquilizada, mas ainda soa como uma conversa franca com meus melhores amigos, assistam!). Daí que to pensando seriamente em morar em caráter provisório pros lados do trabalho, na grande São Paulo, mesmo com o aviso da Denise sobre as casas de forró agressivas de Jandira, Itapevi e região.

Sério, ao final da semana eu terei a certeza de que alguma coisa vai mudar nesse meu nobre miseré (nota: nobre miseré é um bom nome para uma banda de flautistas hippies filiados ao PSTU).

Minha Tia Paula

Algumas pessoas são responsáveis diretas pelo meu bom entendimento com as letras e a literatura, meu pai por escrever cartas à minha mãe, minha mãe por ser professora, meu tio Nel que me deu um livro de teatro infantil feminino – que só hoje entendi, ele deve ter comprado de última hora, como eu faço sempre com presentes de natal quando preciso – e, entre elas, minha tia Paula, irmã de minha mãe.
Foi na casa dela, lá, no estado mais pobre do país, que descobri a riqueza de Castro Alves, a magia do sertão, a beleza das Iracemas. Foi também lá o primeiro lugar em que estranharam o fato de eu não querer sair e optar por ficar lendo “trancafiado” em casa (coloquei os parênteses porque, ora, não me considero realmente trancafiado quando estou com um livro qualquer sentado numa rede, olhando um rio encher com a chuva amena e uma brisa tranqüila).
Ela tem uma coleção de literatura brasileira bem antiga, dessas cheias de pó, com a capa dura e uns detalhes dourados, vários volumes intocados por anos na prateleira da sala. Se bem me lembro, era dela também a primeira máquina de escrever que tive à disposição para escrever (embora ainda me lembre disso como um sonho antigo de quando era pequeno e que não sei diferenciar da realidade).
Foi também ela que me incentivou a escrever um diário de viagem, um dos meus primeiros contatos com a caneta e o papel em branco. Nada especial, era apenas um garoto descrevendo como era divertida aquela cidade com pessoas iguais às de onde eu tinha vindo, mas que falavam diferente e, sem dúvida, eram mais felizes do que as que ele conhecia.
Além disso, ela me ensinou a comer carne seca de um jeito que só nossa família sabe cozinhar, me chamou de besta por não gostar de peixe e camarão, mas dela eu só conseguia ouvir isso como um filho ouve a mãe, com um ‘você não sabe o que tá perdendo’ implícito. Faz um bom tempo que não vejo seus óculos fundos e não troco palavras por telefone com sua fala mansa e forte, faz tempo que ela não pergunta se já arrumei uma namorada só pra me causar algum constrangimento, talvez ela sequer saiba que isso não me causa mais esse efeito.
Tudo isso é só pra dizer que desde a semana passada minha tia Paula está internada na UTI de um hospital meia boca na capital do estado e que, aqui em casa, estamos completamente aflitos com a possibilidade trágica de perdê-la. Tentei escrever um texto que exemplificasse a dor de minha mãe por estar longe da irmã, mas percebi que nada disso vem ao caso. A semana foi, inclusive, excelente para lembrar cada bom momento como esses que citei. Porque se algo der errado, é nisso que temos de nos apoiar.
Então, por enquanto, eu só me atenho a essas boas lembranças.

Bendita inclusão digital

Nesta semana, por um acaso um tanto trágico que depois explico aqui, passei uma boa parte da noite mostrando algumas maravilhas da modernidade para meus pais no computador. Eles são velhos sim, nunca se interessaram muito por computadores, internet e até hoje não entendem direito cada emprego novo que eu arranjo: ‘ah, tá, redator web, mas o que você faz lá?’, essas coisas.

Então liguei o notebook pelo HDMI na TV.

Daí que entrei no Street View e fomos até Mongaguá, ver a casa da praia, depois voltamos para o condomínio e todos os lugares do Capão que moramos quando eu não tinha idade pra me lembrar. Até na casa da minha avó, a primeira casa que meu pai morou, no Socorro, a escola que virou uma loja de peças, o condomínio que eu ficava na janela vendo meu pai jogar futebol na quadra, o bar do meu tio. Ficaram maravilhados. E então fui pro orkut das minhas primas do Maranhão procurar algumas fotos sem muito sucesso (apesar de ter encontrado umas bem pesadas).

Pra fechar a noite, vimos pelo Youtube umas danças típicas do Maranhão, o bumba meu Boi, minha mãe fica bem emocionada vendo essas paradas, enquanto eu e meu pai não aguentamos por mais de um minuto inteiro porque (a) você não consegue entender bulhufas do que o cara está cantando e (b) a música é infernal demais para eu conseguir explicar.

Ao meu pai falta descobrir a quantidade de filmes que ele pode ter em casa com essa banda larga que assinou (só hoje baixei Guidable do Ratos de Porão, Saw 1 a 4 e três westerns). Se ele aprendesse essa parada ficaria completamente obssessivo. E descobrir isso aqui, esse negócio de escrever um texto num blog pessoal para que, com sorte, algumas pessoas possam saber o que se passa na sua cabeça, deixaria ele maluco também.

Quanto à minha mãe, acho que só de entender como funciona uma webcam, já ficaria de cabelo em pé e não deixaria de entrar no MSN para conversar com seus parentes no outro extremo do país. Só que isso demanda que a parte da família que mora longe também entenda e o processo é extremamente mais complicado.

Muita coisa mudou desde então, eles querem resolver os problemas do computador para que possam pelo menos tentar acessar essas-coisas-que-o-robson-acessa-na-tv. Sempre fico me imaginando nessa idade e se as coisas vão mudar tão rápido que eu não possa acompanhar e meu filho vaio tentar me explicar como ele montou essa empresa pelo celular, essas coisas, mas não é novo pensar que as mudanças causadas pela internet nos últimos 20 anos relegaram gente como meus pais a um triste novo tipo de analfabetismo. E parece um trabalho meu tirá-los disso, estou certo?

*no final das contas, não perdi o post. Mas as críticas ao notepad e ao botão insert seguem firme.