O caminho pisado

Levantar pra ir ao banheiro, ver no relógio que faltam 35 minutos pra hora de acordar. Voltar a dormir, acordar de seis em seis minutos para ver se a hora chegou. Banho, café, primeiro episódio de New Adventures of Old Christine na Warner (troquei o Faccioli matinal quase sagrado depois de assinar a TV a cabo) e então, sigo dying até o carro.

Campo Limpo, semáforos infinitos, Régis, Rodoanel, trânsito, Castello, escritório.

Bater o ponto e pegar o comprovante (sim, aqui temos comprovantes), ligar o computador, Senha, que vai expirar em 10 dias, alerta o computador. Enquanto ele liga, levanto pra encher a garrafa de água. Volto a sentar e lembro que preciso lavar minha caneca. Sou incomodado 7 vezes, contadas a dedo, até que os colegas de trabalho começam a entender porque sempre digo que seria mais produtivo em home office.

Leio e-mail pessoal, Twitter, Orkut e Facebook, respectivamente. Ausente no MSN, praxe. Leio o e-mail corporativo e resolvo as pendências iniciais até me dar tempo de abrir o Google Reader com a ameaçadora sinalização +1000. Likes e shares depois, janela do MSN Tiago diz “fumar?”.

Procuro algo bom na minha pasta de músicas, atualmente, discos que peguei na Post Rock Community. E então o dia começa.

Pra posteridade, se um dia alguém quiser saber dessa rotina matinal.

para ler ouvindo: Paralamas do Sucesso, o Caminho Pisado

Serra, uma catástrofe

Tem um cara que diz:

O Serra é o seguinte. Se tiver duas crianças na frente dele, uma pobre, magra e outra rica, gordinha e ele tiver um pedaço de pão, ele joga pra cima e faz aleluia.

Esse cara, amigos, é o Mano Brown.

Obrigado André Maleronka pela graça alcançada.

Aversão à entrevistas

Antes eu achava que, sei lá, não tinha terminado direito o curso de jornalismo por conta do meu TCC galhofa em 2006, que apelidei como o ano que não existiu. Um dia eu conto melhor os porquês.

Sempre guardei todos meus escritos, meu textos do último ano, com anotações sobre anotações, hierarquias esquisitas, esqueletos de um bom livro que nunca exisitu, um calhamaço que hoje se situa dentro de uma mala de viagem, em casa. Um dia eu tiro uma foto.

Mas aí, passada a paranóia, vi que não era exatamente isso. E lembrei de toda vez que tento uma entrevista com alguém, envio um e-mail agradável perguntando se fulano gostaria de ser entrevistado para o site, o blog, o zine.

Sempre, a repúdia.

Nego não consegue dizer: “porra, velho, até que teu zine é maneiro, mas não sei muito o que dizer numa entrevista, saca? Acho que vai ficar meio piegas e tudo, e tal. Nego prefere o silêncio.

E se tem uma coisa que eu não sei fazer é responder e-mail cobrando uma resposta decente. Talvez seja esse o princípio moral do jornalismo: Encher o saco até que o entrevistado responda tudo puto da vida. Um dia eu consigo.

Atordoações

E aí, cara, peguei a credencial pra Bienal do livro de SP pelo site. A Núbia descobriu que redatores e todos os envolvidos podem pegar a credencial neste link aqui.

***

Olha, cara, sério, queria reclamar do fluxo de trabalho na empresa em que vivo (12 horas diárias), mas não vai rolar. Além de não conseguir explicar em minúcias para os dummies no assunto comércio eletrônico, não vai resolver muita coisa além de um desabafo do lado errado do confessionário.

Então eu poupo a humanidade dessa leitura menor.

Macaulay Culkin feelings aos 26

Pai e mãe viajaram essa semana. Maranhão. Motivos familiares. Não imagino o que vai ser quando voltarem, uma vez que o dinheiro – por grande infelicidade – não nasce em árvores.

Fato é que acordei terça-feira quase três horas antes do horário habitual para deixá-los em Congonhas. A viagem até lá foi um agradável debate com meu pai sobre qual a melhor alternativa para ir até o aeroporto e uma listagem incontrolável de desespero da parte da minha mãe me fornecendo 538 conselhos que já esqueci.

Dá pra se sentir com 15 anos.

E ai, né, Estrada de Itapecerica, João Dias, Santo Amaro, Vereador José Diniz, alguma coisa acontece no meu coração. Percebi que faz muito tempo não ando por São Paulo. E estou com saudades.

Ao deixar os dois, vê-los pelo retrovisor carregando as malas e lendo as placas de Embarque me deu uma inexplicável sensação de que farei qualquer coisa por eles até não poder mais.

Meu negócio com as redes sociais falidas

No fotolog, ainda posto umas fotos, escrevo umas babaquices, nada construtivo, só respostas de mim mesmo para coisas que ninguém quer saber (mas não é esse o lema da web 2.0?). Como disse dia desses, o lugar virou a cracolândia digital da cena musical independente. Bandas omissas, gente despreparada quase implorando pra que você acesse o myspace deles e aperte o play.

E então, o Myspace. Mais parecido com um parque de diversões abandonado, como bem retratou o Saturday Night Live, o site peca na falta de estrutura, mudanças repentinas sem aviso, desinteresse pelo usuário. Tenho duas bandas e um perfil pessoal lá, mas, por conta disso tudo, acesso semestralmente as três de uma vez, limpo as mensagens só volto no ano seguinte.

Pra fechar a tríade, Orkut. Sinônimo de depressão. Apesar do layout bonito – agora facebookeado – me ocorre invariavelmente a sensação de todos viverem a vida dos seus sonhos, com todas as fotos de baladas, festas à fantasia e viagens pra argentina.

E, no final, me enjoa saber da vida igual de tanta gente.

Meu amigo troll #001

Esse cara precisa de uma seção especial neste blog.

Robson: mas mano, casar é muita grana. O casamento do Alan foi 50 mil fucking reais

Leandro: Ah, pq ele casou sofisticado…

Robson: Sou mais sair de casa tranquilo, estabilizar pagando uma casa e depois juntar grana pra casar

Leandro: COM 12 MIL CASA

Robson: é, verdade. 12 mil?

Leandro: NUM PRECISA SER IGREJA

Robson: a festa vai ser na quadra da escola pública perto da sua casa?

Leandro: Imbecil. faz tudo junto, casamento e festa no mesmo luigar. Não precisa ser em igreja, casa em sítio

Robson: o do alan foi em sitio

Leandro: mas o alan tem fimose

Robson: AHHAHAHAHAHAHH

Leandro: caras com fimose pagam mais caro mesmo

Robson: HAHAHAHHAHAHA

Leandro: pq vc num junta logo com sua mina então?

Robson: não tenho dinheiro. Ela tem, eu não

Leandro: mas vc ganha quanto? TA FAZENDO AS CONTAS DE QUANTO VC GANHA?

Robson: Claro, eu sei. Só que 95% do salário é pra dívidas

Leandro: putz! Ah, mano fica tranquilo vc sabe que as coisas pioram sempre, com certeza vc vai se foder pra sempre, tá na roça! Mas é isso aí, cabeça erguida olhar sincero… vou embora depois dessas palavras de incentivo

Robson: AHAHHAAH muito obrigado amg, abs

O’rly?

Eu: Então, cara, preciso das imagens daquele colchão de camping pra colocar no site, pode falar com o fornecedor?

Maluco: Claro.

Eu: blz!

Maluco: Mandei um e-mail pra ele e coloquei você em cópia. Aí quando ele receber, você recebe também.

We don’t even care, as restless as we are

Partindo para o final de semana em Mongaguá, SP. Sim, chovendo mesmo. Porque a gente escolhe os finais de semana a dedo. Daí que levo na mala só umas roupas e a vontade de desligar essa vida intranquila. Claro, levo uns livros. Goethe, As duas torres e Rota 66. No rádio 311, Cake, Beck e o resto de Bob Dylan.

E por aqui, fiquem com meu camarada Billy que vem para o festival Planeta Terra 2010.

Shakedown 1979, cool kids never have the time
On a live wire right up off the street
You and I should meet
June bug skipping like a stone
With the headlights pointed at the dawn
We were sure we’d never see an end to it all

And I don’t even care to shake these zipper blues
And we don’t know just where our bones will rest
To dust I guess
Forgotten and absorbed into the earth below

Double cross the vacant and the bored
They’re not sure just what we have in the store
Morphine city slippin’ dues, down to see that

We don’t even care, as restless as we are
We feel the pull in the land of a thousand guilts
And poured cement, lamented and assured
To the lights and towns below
Faster than the speed of sound
Faster than we thought we’d go, beneath the sound of hope

Justine never knew the rules
Hung down with the freaks and the ghouls
No apologies ever need be made
I know you better than you fake it, to see
(rpt 1)

The street heats the urgency of now
As you can see there’s no one around.