Como consigo saber quem ‘Curtiu’ um post do meu blog?

Para não trabalhar no sensacionalismo barato exacerbado e nos maus costumes, deixando a parte principal no final do texto, a resposta ao título do post é: você não consegue.

Hoje, após trocas de e-mails, DMs e comentários com o amigo Leo Pollisson, descobri porque não conseguimos ver nomes e fotos de todas as pessoas que curtiram um post no nosso blog. Encontrei no Quora uma boa explicação feita por Sarah Dopp e que você pode acompanhar abaixo através dessa tradução singela:

Claro, essa explicação só vale depois de você ter instalado o botão de curtir em cada post do seu blog.

Tenho certeza que não rola. É possível ver quais dos seus amigos curtiram o post, mas isso não permite saber quais pessoas fora de sua lista curtiram o post, provavelmente por razões de privacidade.

De um post explicativo no Facebook:

“os plugins foram desenvolvidos para que os sites que você está visitando não recebam nenhuma de suas informações”
(em outras palavras, os dados sobre os ‘curtir’ do site não são seus dados, são do Facebook)

A parte confusa:

Pessoas além de meus amigos vão ver o que eu curto ou recomendo?
Sim, você deve considerar os ‘curtir’ e ‘recomendações’ que você escolher como informação pública, como quando você comenta ou escreve reviews em sites comuns, ou se conecta com páginas do Facebook. Baseado no feedback que recebemos, nós modificamos os plugins do Curtir, Activity Feed e Recomendações para mostrar apenas nomes e avatares dos seus amigos e mostrar os likes e recomendações de pessoas fora da sua lista através do formato (“10 outras pessoas curtiram isso”).

Parece que o Facebook queria que essas informações fossem públicas, mas alterou as configurações pela quantidade de gente reclamando.

Isso deve impedir que nego fique criando mala direta baseado nas pessoas que curtiram um post aleatório do blog e que talvez não curtam mais nada além daquele post. É até que plausível desse ponto de vista, mas ainda deve irritar um ou outro problogger neurótico.

Problem solved.

Filmes e mais filmes #cinemaday

Eu tentei ver ‘Alice no País das Maravilhas’, sozinho em casa, sem sucesso. Impossível ver filmes dublados quando você lembra a voz do ator. Depois tentei ‘Os delírios de Consumo de Becky Bloom’ com a Denise, por afeto, como podem imaginar. Quando eu achei que não conseguiria ver mais nenhum filme no final de semana, emendo esses três:

Tropa de Elite 2
Quase uma década de atraso sobre o filme porque não trabalhamos com hypes e prazos, OK? Filmes sobre os problemas de segurança pública do Rio de Janeiro além de se tornarem rotina para documentaristas sem muito o que fazer sempre enchem nosso vocabulário informal de termos e novas gírias como “o cara acha que é o pica das galáxias” e “quer me foder, me beija”, sem contar a inclusão inconsciente de ‘parceiro’ ao final de cada simples sentença. Como todos disseram, o segundo filme é menos sangue e mais raciocínio, menos neguinho correndo e mais político almoçando. De certa forma, essa receita conseguiu sair do lugar comum dos filmes sobre o RJ, na tentativa de explicar o labirinto que é o sistema, porque como diz a frase principal de Nascimento no filme, ‘o policial não puxa esse gatilho sozinho’. O filme quer apontar que o cerne da questão é tão profundo que quase chega a ser mítico. Filmaço, o primeiro (e talvez único) bom filme de ação nacional que conheci. Também pudera, ‘o sistema é foda, parceiro’.

Predador, Predator
Assisti ao lado da Denise que infelizmente lembra das cenas de quase 20 anos atrás como se tivesse visto o filme no cinema na semana passada. Que memória, amigos. Uma pena só ter servido pra contar antes e estragar parte das emoções com o Schwarzenegger e o Apollo (Rocky), carinhosamente apelidado por mim de SchwarzeNIGGER tendo em vista os bíceps dos malandros são duas versões da mesma parada. Também pensava que ver esses filmes novamente depois de tanto tempo feria uma regra importante da vida, a de que você deve eternizá-los no passado. Nada disso. É bom lembrar dessa época que os filmes não tinham relação direta com política e que o cara podia invadir pequenos vilarejos e matar todas as pessoas sem ser incomodado por questões de direitos humanos. Na época que os filmes de ficção não tentavam contar a história da humanidade através de parabólas, sabe? O Predador marca essa era.

Cisne Negro, Black Swan
Belíssimo filme, daqueles que misturam um mundo de uma mente perturbada com o mundo real (é exatamente isso que faz de ‘Clube da Luta’ e ‘Uma mente brilhante’ meus filmes preferidos). Natalie Portman é uma dançarina de ballet dedicada e insegura que, depois de ser escolhida para o papel principal em ‘O Lago dos Cisnes’ acaba carregando mais problemas do que pode suportar e termina com sérios danos psicológicos. O filme é sobre a busca do lado negro por uma menina boazinha e quase estúpida. Uma descoberta difícil e quase inalcançável, tendo em vista a rejeição da garota a novas experiências. Vale ressaltar, é possível ver o filme sem saber que diabos é ‘O Lago dos Cisnes’ e sem ter nenhuma referência sobre ballet. Achei menos piegas do que bradaram os críticos, mas quem confia neles? A inconstância e a fragilidade da protagonista fazem de Cisne Negro um excelente filme, sem dúvida, mais que uma simples história de superação, uma história sobre até onde os limites ultrapassados podem levar uma pessoa.

SAC da droga e perca o medo de dirigir

Dois causos, porque a vida, amigos, sempre volta ao normal.

***

Dois amigos meus estão afastados das drogas há uns bons seis meses, pelo menos. E isso é muito sério, não vou fazer a piada padrão do CQC e dizer que eles deixaram de ouvir Calypso. Eram drogas, mesmo, substâncias ilícitas que podem levar à prisão ou a uma forte dependência química.

Daí que um terceiro conhecido liga em casa ontem, 23h30 me perguntando se sabia outro telefone de um deles, porque havia ligado e nada. Respondi que só sabia aquele número mesmo e faz tempo que não o vejo etc. Dou o telefone do outro amigo. Ele retorna e diz que ele não está em casa.

E é quando eu descubro.

– Po, zuado, mas ele nem tem mais celular – digo naquela vibe, ‘porra, mano, não posso mais te ajudar, se vira!’
– Sério? Ele transformou o celular em pedra?
– heheh, pode crer. ¬¬
– Então, velho, é que eu queria um esquema pra pegar um papel
– Ah, é foda, mas então…

E essa é a história de como meu telefone de casa se tornou uma central de relacionamento para viciados. Isso sem contar minha inabilidade para perceber que o cara queria pedir drogas para dois amigos que estão se esforçando no level hard para manter a sobriedade.

***

Vindo para o trabalho hoje, na avenida perto de casa, a mulher do carro da frente pisa no freio como se estivesse à beira de um precipício e quase me faz voar pelo vidro na tentativa de não encostar no carro dela.

Se eu pelo menos a conhecesse, ela teria acesso à minha aula psicológica para novos motoristas que consiste na única frase: “dirigir é a mesma coisa que andar na rua, você só não pode esbarrar em ninguém”.

Ando vendo muita gente dirigindo devagar e só pode ser uma das duas alternativas: ou (a) estou sempre muito atrasado e querendo todo mundo fora do meu caminho ou (b) meu bairro se transformou numa vila para auto escolas clandestinas “perca o medo de dirigir” style.

Late adopter

Essa semana chegou o Samsung Galaxy Tab da Gi Gomes e eu estava tão ansioso quanto ela, que levou no trabalho pra que eu pudesse ver em funcionamento. Ele é pequeno, tem sete polegadas, mas é um tamanho ideal para ler, usar a internet, atualizar redes sociais, assistir vídeos e levar no ônibus. É do tamanho de uns 3 celulares Blackberry, achei suficiente.

O problema é que ele também custa como uns 3 celulares Blackberry. 2 mil reais fora a conta do chip 3G, que se torna uma mensalidade além do aparelho, mas dessa não se tem como fugir, a não ser que você tenha um amigo que compartilhe a rede wi-fi e esteja disposto a tomar uma multa da Anatel.

Daí que o malandro que entrou essa semana trouxe seu iPad logo no segundo dia. A parada é linda, bem acabada, os jogos são sensacionais, a usabilidade, a velocidade na leitura dos ebooks e pdfs, mas, tudo tem um mas, acabei achando as quase 10 polegadas um trambolhão desnecessário se comparado ao Galaxy.

A vantagem é que o cara pediu para um amigo trazer de fora e acabou pagando sem impostos uns módicos 750 reais além do trabalho atrás de tutoriais para desbloquear o aparelho.

Minha resolução final sobre esses gadgets é que eles são ideais para mobilidade, para quem anda de trem, para quem precisa escrever dentro do taxi ou do ônibus, pra quem precisa uma forma boa para apresentar um portfolio (no caso da Gi), ou apenas abandonar seu PSP (no caso do cara novo), mas ainda consigo viver alguns anos sem eles.

Como nunca tive um MP3 player, só comprei meu primeiro celular com internet no ano passado e tive meu primeiro pendrive só esse ano, claro que não sou parâmetro.

Meteoro da Paixão

Toledo fica noivo de Vivian após sete longos anos de namoro. Após poucas semanas, Toledo termina com Vivian, pois estava apaixonado por Shirley, sua amante, que tem um filho. Toledo e Shirley começam uma história juntos, mas namoram escondido, pois os pais de Toledo não aceitam Shirley. Toledo pensa seriamente em desistir da família e ir morar com Shirley e o filho.

Ainda neste namoro escondido com Shirley, Toledo volta a sair com Vivian, sua ex-noiva, em uma relação de mais que amigos, deixemos assim. Shirley, sem saber de suas escapadas, pede um tempo para Toledo, pois quer que ele vá morar com ela, embora Toledo ainda tenha receio por causa da família.

Uma semana depois do ‘tempo’, Toledo liga para Shirley perguntando se ela quer voltar. Shirley termina com Toledo, dizendo que já está em outra. Toledo volta a ligar. O porteiro do prédio atende e grita, quase como forma de marcar território, que Shirley agora é sua nova namorada.

Toledo liga para Vivian.

***

Ou seja: Traiu a noiva com a amante para, na sequência, trair a ex-amante, atual atual, com a ex-noiva, enquanto ela o traía com o porteiro. Sinceramente, acho que eles só fizeram isso para que ninguém conseguisse contar essa história direto. Televisa ligou pedindo copyright pela obra.

[True story via MSN. Com os nomes alterados, aquela patifaria de sempre]

Who Watch the Weight Watchers?

Eventualmente penso sobre obesidade. Ressalto o ‘eventualmente’ no começo do texto porque (a) sou obeso e deveria pensar nisso com maior frequência, (b) porque estou perto de chegar na era dos heart diseases e (c) estou adiando a fase ‘tomar medidas desesperadas’ desde os 19 anos.

E aí, navegando nesse infinito oceano de leituras diárias, caio em algum blog de moda falando sobre modelos plus size, que reúne no pacote post + comentários basicamente as mesmas três vertentes:

1. Você não pode ser feliz, ainda que se aceite como gordo, como bem diz o guest post de ontem da Yohana, no Escreva Lola Escreva.


2. Pessoas obesas e modelos Plus Size são culpadas por afetar sua saúde, estão completamente erradas em se exaltar como gordos e não podem ter direito a tratamento especial, principalmente, repito, PRINCIPALMENTE no campo da moda.


3. Preconceito contra gordos, pff, isso é coisa criada pela baixa auto-estima que eles mesmos se impõem.

E então leio o comentário de um sujeito da minha altura e com metade do meu peso (outro tema importante: em qualquer post sobre obesidade, as pessoas dizem suas medidas como se pedissem uma análise pessoal ao autor). Se as pessoas se consideram gordas com metade do meu peso, em que setor eu poderia me considerar? Das anomalias? Dos monstros gigantes vilões do bem estar?

Óbvio que eu sei, amigo, extrapolei todas as estimativas que minha mãe e meu antigo endocrinologista faziam quando tinha 14 anos, mas ora, não entendo como um sujeito desse possa se considerar gordo.

Se todos são heróis, ninguém mais é herói. Aplica-se também neste mundico. Não existia essa febre até que as lojas de departamento começaram a colocar roupas para adolescente nas seções de adulto. Foi assim que todo um mundo de pessoas com alguma pequena porcentagem de gordura corporal sobrando ganhou a síndrome de pequeno gordo. Com todo mundo se achando gordo, os realmente gordos ficam relegados a esse status de escrotos da humanidade.

Não serei aqui moralista pra dizer que sofro preconceito, porque isso sim é bullshit das grandes. Nada do que um gordo sofre define preconceito. Nego não me olha na rua e faz associações ridículas do tipo ‘esse gordo deve ser muito burro’, para dar um exemplo banal (embora na praça de alimentação sempre role aquele climão ‘olha lá o gordo na fila, depois não sabe porque’).

Get over it. O mundo está apenas não adaptado às pessoas que estão fora da média. E nós sabemos disso, pois frequentamos lojas de roupas especiais e preferimos comer no Drive Thru para não ter de encarar olhares e risinhos de sempre (sempre, isso é sério). Portanto, se você acha que é gordo, faça três perguntas a si mesmo: (a) Consigo eu dividir um banco de ônibus tranquilamente com esse indivíduo do meu lado? (b) consigo eu entrar no banco de trás de qualquer carro de duas portas sem problemas? e (c) consigo eu sair da C&A com alguma peça de roupa que me caiba? Em caso afirmativo a pelo menos duas dessas perguntas, reveja seus conceitos e nos deixe em paz.

Final de blockbuster



Uma mesa de dinner, um casal, conversando sobre tudo o que passaram para chegar até ali, todas as agruras da saga, algumas piadas que só fazem graça muito tempo depois. A câmera se afasta, a conversa diminui, a tela começa a escurecer, casting…

Você levanta da cadeira com o saco de pipoca já amassado em direção ao cesto de lixo superlotado na saída do cinema e, ao rememorar o filme, lembra daquele amigo mais pessimista que tem uma idéia mal formada sobre sucesso e felicidade (que ele aprendeu em ‘Pessimismo for Dummies’, livro padrão para a raça). Ele diz que prefere juntar 50 reais por mês pois, quando estiver com uns 65 anos, vai poder dar uma boa entrada naquela moto importada lindona, sonho da sua vida.

Note, ‘aos 65 anos’.

Daí você começa a pensar em como nego não quer ter uma história com final feliz todo dia, ainda que seja apenas um final cheio de esperança, sorriso, abraço, ou uma noite com seus amigos e um XBox, que leve a um entendimento maior do esquema tático do Barcelona no Fifa 11. Porque qualquer outro entendimento sobre a condição humana deve passar antes pelo crivo do esquema tático do Barça no supracitado jogo.

Não que realmente exista um final de 500 Days of Summer todo dia. Alguns dias podem jogar com aquela vibe Flores Partidas do Bill Murray, o filme mais angustiante de toda minha vida, outros podem ter finais cult, ou até finais B, matando uma barata, ou espremendo um cravo em frente ao espelho. Claro, estou, as usual, saindo do assunto.

Meu amigo pessimista não quer finais menores. Mesmo que isso custe sentar na sua mesa de dinner daqui há 30, 35 anos. Enquanto isso, vive misérias, desconta frustrações, cria intrigas e faz parte da estatística de filhos da puta responsáveis pela Manoelcarlização da vida.

Dreher Chronicles #001

Chovia muito. Na sala, à meia luz, eles falavam sobre como eu era inteligente, sobre como conseguia articular tudo isso sem me tornar chato, insensível ou arrogante e como conseguia explicações simples para qualquer complicação que fosse. Comentavam também meu comportamento tímido, meu humor negro, cada um contando sua experiência individual de adaptação ao meu convívio. Diziam que eu lia muitos livros, muitas notícias, raramente não sabia do que estavam falando. Verdade, também comentavam que eu sempre sabia do que estava falando e, caso não soubesse, procurava entender.

Algum trecho do meu cérebro ainda conseguia ouvir essa conversa, bem longe, enquanto me escondia numa bebedeira que só teria fim quando eu não conseguisse mais chegar na geladeira para alcançar outra lata. Lembrei de uma ex-namorada que lia o dicionário pra poder lidar comigo. Ela não lidou e sumiu. Eu lidei, deixei de ouvir a conversa da sala e fui até o bar, tomar um conhaque com limão e tentar provar de uma vez por todas que nada daquilo que falavam era sobre mim.

[causo da festa da firma, 2010]

A Mochila de Pedras

Algumas coisas me fazem mal, como ouvir uma mentira que você sabe a versão real, ou ter que se envolver nessa mentira, ou cigarros etc. Apesar disso, nada me faz tanto mal quanto ter que dizer: “olha, hoje não dá, eu não tenho dinheiro”.

Porque, convenhamos, todo o tempo estão te chamando pra frequentar churrascos, festas, baladas, jantares, confraternizações com a qual você não dá a mínima, mas iria de bom grado se você não tivesse pago aquela fatura do cartão de crédito, pra felicidade da atendente da Visa que já tinha até decorado os horários que você estaria em casa.

E dizer essa frase é como ter de admitir outro fracasso, afinal, você não está bem (pelo menos financeiramente). Pra mim, chega próximo mais ou menos de dizer, ‘olha, não posso ir nesse churras amanhã porque não fui bom o suficiente para me permitir estar com vocês’. OK, nem tão dramático, mas esse é o viés da história.

Eu tento evitar, mas acontece de às vezes, como agora, ter de carregar ainda mais minha mochila psicológica de pedras, como a Chiba sugeriu. ‘Todas as vezes que você não fala ou não expõe o que você pensa, ela disse ‘você tem que carregar mais peso na sua mochila’. Acontece com alguma regularidade. E ao dizer essa frase, coloco pelo menos outras dez das grandes e sigo em frente, até o ponto em que ela fica insuportável, estoura e recomeça a encher.

Claro que nada disso tem a ver com o posto que estou atrasado para comparecer depois desse post, na verdade vai ajudar muito a relaxar e esquecer um pouco disso tudo.