Pastel ou Revolução?

Você passa a entender o preço da carne, do feijão, do tomate, mesmo quando ele ficou mais caro que dois maços de cigarro. E você entende o preço dos maços de cigarro, geral vai parando de fumar aos poucos. É a melhor deixa pra quem não parou depois da faculdade. Acredito que quando ficar no valor de um almoço no Capão – 7,99 num lugar justo ali pra dentro do São Bento -, é o meu limite.

A única gourmetização que não admito é a do pastel de feira (e a do Molejo, claro). Deve haver alguma explicação plausível, obviamente, mas não dá pra acreditar como um negócio tão rua se transformou de um jeito tão escrotamente desproporcional (acho que acabei resumindo o rap nacional também).

Poderia estar aqui sugerindo uma revolta social para a derrocada do sistema, mas sigo problematizando sobre o preço do pastel que vale mais a pena, afinal você pode criticar o capitalismo o quanto for, mas se na segunda-feira você está no seu trabalho pra ganhar o seu sustento e não morrer de fome você está automaticamente dentro do sistema. Por mais que não acredite, por mais que queira que tudo venha abaixo (e olha que são 29 anos nessa, amigo), existe sempre uma segunda-feira.

Além disso, o fato de ficar criticando o tempo todo algo do qual você faz mais parte do que imagina lhe faz parecer uma tiazinha de prédio que reclama de cada milímetro de inclinação dos carros estacionados, que liga na portaria às 22h30 se ouve dizer que vai ter uma festa (mesmo que não seja no seu prédio e que não tenha ouvido barulho nenhum). A mesma tia que pede umas regalias de vez em quando, deixa o neto estacionar na vaga dos outros, “mas só hoje, ninguém precisa ficar sabendo”.

O que mais conheço é gente criticando o sistema desde que lhe resguardem o direito de frequentar os lugares badalados para suprir seus caprichos. Lugares cheios de gente servindo-se de refeições livres e ainda mais caprichos, “mas só hoje, ninguém precisa ficar sabendo”. E voltam pra casa reclamando do capitalismo. Acho que o negócio nisso tudo é uma via de mão dupla em que você pode se jogar às armas e ir pra guerra ou simplesmente perceber que a vida não é exatamente uma reunião de condomínio para você ficar reclamando do zelador o tempo inteiro.

Aonde ficou a coerência deste texto: jamais saberemos (e quem achar ganha uma moto).

Marla

Ela chegou num dia destes e, obviamente, eu não sabia o que fazer, além de colocar a comida e água e arrumar um lugar pro banheiro dela. Digamos que antes disso ela impossibilitou o uso de dois lençóis da cama. Ainda assim, nos outros dias passou a respeitar o lugar em que dorme comigo.

Sim, ela dorme na cama comigo, porque ela é linda. Ponto final.

Ela curte mais comida “humana” do que ração (estava aqui lambendo o prato com molho de tomate agora mesmo). Ela olha pela janela da sala como quem diz “um dia vou pular esses muros e você está ferrado, meu chapa”. Além de me ajudar a recolher as folhas do quintal e estar sempre derrubando coisas importantes para o limbo das tampinhas de coca-cola retornável, ela esconde os brinquedos e come os restos de cabos P2 pela casa. E se aproveita do tamanho pra se enfiar no meu amplificador (acabou de aprender essa, uma fofa).

Por pensar nela como um bebê, como uma criança crescendo comigo, comecei a entender aqueles maneirismos de pai quando o filho pequeno chuta uma bola e o cara diz orgulhoso: NOSSA MEU FILHO É O NOVO NEYMAR ELE CHUTA AS BOLAS CARA, VOCÊ PRECISA VER.

Ainda assim, uma das paradas que preciso treinar em mim é não chamá-la de filha, ou de adjetivos que façam parecer que ela me pertence, como “minha gata”, “a gata que eu peguei”, sabe? Eu tenho (e compartilho sempre que posso) um pensamento de que os animais que vivem com a gente não são nossos. E, principalmente, não são nossos filhos, a não ser que você seja um gato também e esteja lendo isso de um tablet. E que se um dia eles pularem o muro e não voltarem, quer dizer que foram viver a vida deles de outra forma e, bem, você automaticamente já não é mais parte da vida deles. Partindo eternamente do princípio de que nada/ninguém lhe pertence, não existe mais decepção que não se cure. Ponto final.

Ela é a Marla, minha companhia e eu, companhia dela. E isso é pra sempre (ou enquanto durar o estoque de vida). Enquanto isso vamos levando mordidas e arranhadas, entendendo quando ela fica puta dizendo (porque na minha cabeça ela diz coisas) “mas o whiskas sachê custa 1 real tá ligado, mano, não tô pedindo muita coisa”.

E eu só respondo: “você me conheceu numa época muito estranha da minha vida”.

O anticristo

Daí minha mãe sonha com alguém dizendo pra ela que eu sou anticristo. E me manda uma mensagem de madrugada dizendo que eu preciso acreditar em Deus para que minha vida evolua, essas coisas, toda preocupada como se eu fosse o próprio Aleister Crowley.

E eu, culpado por um sonho dela, vou ter de pedir desculpas ou dar explicações por algo que jamais me passou pela cabeça.

Porque a vida continua assim, uma brastemp ótima, precisa ver. Vou começar a cobrar royaltie do porta dos fundos, porque certeza que essa vida que levo serve de base para uma ou outra esquete.

Deus, me livre.

The Cave

Eu tinha dado uma cansada da caverna. Levei por um tempo e tudo, mas o chuveiro começou a incomodar, assim como o aperto e a desordem das coisas em seus pequenos aconchegos. E então eu vi uma barata no armário. Uma senhora barata, com antenas da TV Gazeta, desenvolvida o suficiente para me dizer olá e conversar um pouco sobre o negócio do Stephen Hawking ter meio que duvidado de sua teoria dos buracos negros.
Desenvolvida o suficiente pra ser morta com brutalidade também.
Eis que fui fazer uma faxina, antes de encontrar uns amigos. Tirei todos os móveis de lugar, minha cozinha ficou parecendo um sorteio do caminhão do Faustão (sério, quem é que teve essa ideia genial de colocar aquela pilha de cartas toda no chão?). Quando fui colocar as coisas de volta, vi que rolava abrir um pouco o espaço interno, ganhar um centro de sala, essas coisas que dá pra falar como se não fosse somente um quarto/cozinha e eu realmente morasse numa dessas mansões da revista KAZA. Bem, arrumei do jeito que deveria ter sido desde o começo, com uma distância ideal da entre a prateleira de livros e a cama e um espaço que permita sentar com os amigos pra teorizar sobre essas fitas do universo em desencanto.
(pra beber, claro)
Ainda falta mudar a posição de uns cartazes (tem vários importantes escondidos atrás da estante), mas me deu uma sensação ótima de finalmente estar em um lugar tranquilo e mais amigável pra mim e pro futuro gato.
“E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.”**Prometo parar de citar Fernnando Pessoa assim que uns cinco dos oito leitores deste blog vierem até em casa (e trouxerem uma caixinha de cerveja, obviamente).

Segundo melhor lugar do mundo

O rolê hipster de ocasião no domingo foi uma manhã e tarde quase noite de risadas para desafogar com N. e R., desde a Augusta até a adega, passando pelo chá da tarde na Benedito Calixto e R. chamando as pessoas de Angélica e o garçons de Alfredo, basicamente, resumindo bem porcamente o rolê mais legal do ano até então.

Voltamos um tanto tarde, eles precisavam viajar de volta pra casa e então os deixei em Pinheiros e passei por um lugar que não ia faz muito tempo (é, esse da foto), um lugar que eu costumava frequentar, do qual tenho uma pancada de lembranças, mas um lugar que ficou pra trás, como todos os outros lugares ficam pra trás.

Este lugar é um retiro. É uma praça que você só encontra errando muitas ruazinhas no começo do Alto de Pinheiros. Feita para tiozinho brincar com cachorro e fazer exercício pela manhã. Uma praça na qual o primeiro cigarro que você acende faz você se sentir automaticamente um punk sem futuro – especialmente pelas caras de ódio e negação que fazem as tiazinhas ricas praticando corrida, seu lixo.

Deitei no banco da praça tentando te esquecer adormeci e sonhei com você apenas para esvaziar a cabeça, admirar as árvores, receber picadas de uns pernilongos mais ligeiros que meus tapas. Não tinha ninguém lá. A tia que corria em volta parou depois de um tempo, provavelmente com receio de dar alguma merda, uma vez que apareci do nada, como um fantasma ou um sequestrador (não julgo, mas #freerolezinho).

É o segundo melhor lugar do mundo. O primeiro melhor lugar do mundo é a internet obviamente fica dentro de clube para funcionários públicos perto do Jd. Horizonte Azul. Não tem nada a ver com o clube. É apenas um espaço de grama que dá pra ver a represa de Guarapiranga como nenhum outro lugar (ninguém passa por lá também, o que é uma excelente prerrogativa para ser candidato a melhor lugar do mundo).

Os lugares continuam sendo lugares, os fuscas azuis continuam sendo fuscas azuis. E a vida vale cada vez menos, escorrendo pelos dedos sem a gente notar. Parece poético, mas eu estava num estado de embriaguez semi transtornado nível 7: precisando demais de um teletransporte pra casa.

(sobre a foto: sim, é um sapatênis, me processe. prometo, para breve, uma elegia ao sapatênis. 2014, bitches)

Até não doer mais

Rasgar a pele e triturar a alma. Ter bons motivos para ficar em silêncio assistindo as vísceras da sua dor se debatendo. E ter ainda mais motivos para não acreditar em nada. E para acreditar em como tudo faz sentido, como as coisas se encaixam. Ser pra sempre essa peça a mais no tabuleiro, que consome os restos, devora as bordas, a pedra no sapato, o botão de pause e slow motion em “festas que estive e ninguém me viu atirando bolo aos peixes”.

Daí ter novamente comigo. Ter uma saudade de estar num bar na esquina sem se importar com as caras que passam, sem se importar com a vida que se encerra, ou com lugares ou pessoas melhores com quem poderia estar. Sem se importar com o sorriso dela. Sem pensar “onde quer que esteja”.

Abrir o ferimento como quem abre um buraco na terra. E cavar fundo, para ver a escuridão e morrer por alguns segundos. E começar a jogar terra por cima. Terra, infinita terra. E reabrir sempre que necessário. E remendar todos os dias. A cada tapa da aposta. A cada violência autopunitiva.

Até não dar mais.
Até não doer mais.

Kenan Knows

Hoje encontrei Kenan (sim, o mesmo Kenan que me fez vegetariano). Me disse sobre um amigo gay que estava com medo de se assumir e de como era o preconceito nos anos 90 em comparação aos dias de hoje. Disse também que está se alimentando bem e se exercitando muito, “porque a noite cobra demais da gente, cara”. Falou algo sobre o Love Story e no mesmo momento traduziu o nome da balada (motivo: jamais saberemos).

E então começou a me falar sobre como é preciso ocupar a mente com coisas melhores que o amor, “porque o amor nos desgasta demais, cara”, disse que todos nós temos um tempo de sofrer, é natural e necessário. Disse que é preciso tomar cuidado para saber exatamente o quanto dura esse tempo e não se maltratar mais do que o ideal, pois é a gente que escolhe sofrer quando todo o sentimento ruim já deveria ter ido embora.

Ele me deu essa semipalestra motivacional sem eu ter dito nada a ele.

Desrebelar-se


“Vêm os dias, vão os anos. 
Vivendo o dia a dia, mais cinzento a cada estação. 
Indignado com a injustiça 
Firme como o aço 
Moldado no fogo, venço o mundo 
Inquebrável, cuspo sangue. 
Vêm os dias, vão os anos, de jovem a maduro sem se prostrar 
Senhor do tempo 
Rugas do sábio 
Vêm os dias, vão os anos 
A casca se perde 
Cicatriz é prêmio 
Mente jovem 
E o espírito vivo.”
–O Cúmplice, Cronos

Apareceu um menino, enquanto eu afinava a guitarra, antes de começar a tocar. Ele insistia pra tocar depois da gente, última banda da noite, porque eles eram de são josé e estavam de passagem, eram punks, eram anarquistas e a favor de causas. Eu já tinha aceitado antes dele começar a dar outros motivos, mas ele ainda disse que seria uma satisfação imensa, que a galera ia curtir, que eram só três músicas, “ok, cara, agora calma”.

Quando terminei de tocar, passei a guitarra pro menino que disse a outro pra “chamar os punks lá” e, por milagre, uma pequena multidão de meninxs punks se arrumou dançando e cantando as músicas, gritando “Êra Punk” (uma espécie de “Viva!”) e sorrindo. Eu estava achando tudo meio insistência demais, o baterista tocava todos os componentes da bateria ao mesmo tempo o que fazia parecer que ele estava batucando numa carteira de escola. Tocaram cinco músicas, seis, acredito, por mais insistência de outro punk com um chapeuzinho que se destacava dos demais chapeuzinhos punks em questão.

Daí eu comecei a ver os caras dançando, as meninas dançando, gritando “Êra Punk” infinitamente, numa possível felicidade compulsória, cheia de bebida e ideais libertários. E pensei em mim, saindo de casa cansado, após sete horas de internet e depressão autoacusatória, colocando instrumentos no carro, pegando as cervejas de cachê, conversando sobre nada enquanto todo mundo ao redor fumava maconha, não tendo nada que me alegrasse completamente, a não ser A. ter reconhecido um cover que a gente toca da antiga banda dele.

Eu parei pra pensar que xs meninxs punks eram muito mais felizes que minha vida cheia de pequenas coisas sem direção. Eram bem mais felizes pogando e falando sobre a causa indígena, eram bem mais felizes bebendo uma garrafa dentro de um saco de pão. Imaginei um mundo em que tudo é novo, as questões sociais, a desigualdade, a revolta, o sistema, como seria novamente se rebelar por algo que você jamais sequer pensou em fazer. Eu fiquei pra trás, eu sempre fico. Senti um vazio imenso, como se nada mais valesse a pena, ou tivesse o mesmo sabor de verdade, eu senti o tempo fumegar pelos poros e me encher de uma névoa espessa como numa tirinha de jornal. Eu senti que não haveria qualquer palavra de conforto que destronasse a terrível sensação de se perder em algo que sempre foi completamente seu.

E foi a primeira vez em que eu pensei em parar.

Rdio Jives, “Neurastenia” jan/14


Eis uma mixtape sem critério, coisas que estou ouvindo, que estão me dizendo o que fazer, em que acreditar, fossa, neurastenia, depressão lite, talvez um pouco de misantropia indie.

Sobre o assunto “fossa”, eu não estou bem. Aconteceu aí, no fim de ano e, bem, vocês sabem que não sou das melhores pessoas para encarar um fim de relacionamento, principalmente se estava absolutamente envolvido e confiante (“apaixonado”, embora descreva exatamente como me sentia, é uma palavra em desuso).

Me desculpem, mas preciso demais escrever sobre o assunto. E tudo bem deixar de ler a partir daqui, porque certamente não melhora muito.

Na verdade, não melhora nada. Último aviso.

Eu gostaria de pensar em mim mesmo daqui uns sete anos, queria deixar de dar scroll até chegar na foto dela, ou tentar aceitar que mereço mesmo tudo que tem acontecido, pois quando fiz com alguém que me amava o que ela fez comigo, eu não olhei pra trás, eu não quis saber. Queria não ficar mais olhando o celular esperando uma mensagem de whatsapp que não vai chegar, uma ligação pra marcar uma conversa que não vai existir.

É torturante o silêncio ao deixar os amigos em casa depois do estúdio, olhar pros móveis da sala da casa onde uns tempos atrás me senti como se houvesse recebido um presente. Restou o silêncio. A rua, em completo silêncio, e eu pensando em subir até a casa dela só pra dar sorte de encontrar no caminho, esperar na rua, fumar um trilhão de cigarros distante o suficiente pra não ser visto. Mas nem pra stalker me dou.

A lembrança, o tempo tratará de descolorir em tanta lágrima.

Estou passando dias inteiros com a angústia de não contar com ninguém, de não querer encher o saco de ninguém sobre esse assunto (mas este é meu blog, né, gente, se não puder fazer isso aqui, onde mais?). Com uma tristeza que não vai ceder tão breve, que vai perdurar por muito tempo até eu aceitar que quando alguém escolhe se afastar é por querer a vida de volta. E, no fim das contas, eu era realmente apenas um peso atrapalhando o desenrolar da história.

A vibe do começo de 2014 é almoçar no Britão, ensaiar a banda nova, anestesiar a mente com atividades menores como colar cartazes na parede de casa e chorar todos os dias por alguém que, basicamente, já te esqueceu (e o Raça Negra diário, tem duas na mixtape, delicie-se).

Em resumo: curto muito as veias expostas da minha própria vida. Tendo me conhecido, Fernando Pessoa jamais teria escrito o Poema em Linha Reta.

Eu sou ótimo.

Sozinho e inimigo íntimo

Eu geralmente sou um cara amargo pra mim mesmo. Um cara que se julga, que se aniquila, sozinho eu sou o meu inimigo íntimo. Escrevi tão pouco aqui no ano passado por ter se tornado uma espécie de portfolio sobre as coisas que iam bem, mesmo quando não iam (maquiar e ostentar é premissa para portfolio, note). E menti diversas vezes pra mim mesmo, tentando levar as coisas de um jeito mais natural e cômodo. E ainda quando reclamei da vida, foi sempre tão vago que eu mesmo não me reconheci.

Comecei 2014 vencendo partidas de 69 (jogo de dominó individual mais dinâmico/diver, uma febre) e ouvindo as melhores do Raça Negra com amigos que considero como família, que mudam a minha vida constantemente. Amigos os quais consigo chorar na frente sem precisar me explicar e que me seguram quando tudo dá errado. Amigos cujas piadas nos são tão internas e incrustadas que, de fora, muitas vezes não faz o menor sentido. Passei o final de ano com muitas das minhas referências pra vida, basicamente.

Comecei o ano com esperança.

Eu vinha escrevendo coisas num caderno preto de lamentações que comprei justamente pra isso, uma quase biografia de tudo que me atormenta na vida. Desisti por não ter mais a força de alimentar esse tormento (essa frase é influência de Raça Negra mesmo, provavelmente, estou ouvindo o dvd, me julguem). Esses escritos devem ter um final digno, algo como queimar na churrasqueira enquanto eu assisto e encho as casas vizinhas de fumaça.

Me parece hora de parar com toda essa auto encheção de saco. Acho que preciso apenas tratar bem quem me quer bem, essas fitas. Desistir de entender quem mente tanto a si mesmo. Porque, afinal, minha vida é essa aqui, sabe. E a vida é bem simples. Tenho a meu lado a predisposição de ser sincero com quem amo, de evitar o que detesto e viver a minha vida com a simplicidade que der, sem levantar bandeira de merda nenhuma, só estar vivão e viver.

A primeira vez que me olhei no espelho este ano, me reconheci. E isso não quer dizer nada sobre como me sinto depois de tanta perda no ano que passou, quer dizer que entendo que devo aos poucos esquecer quem era e voltar a ser quem sou (eu achei que era frase de Fernando Pessoa, mas parece que é de facebook mesmo). E mesmo com toda a dificuldade em aceitar tanta merda, é preciso estar ciente pra saber atrás de qual prejuízo correr.

Tudo o que quis dizer com tudo isso é: vivam bem e dêem mais valor ao Raça Negra.