Drink problems

Ontem fiz uma daquelas merdas monumentais que a gente se pergunta ‘onde é que eu estava com a cabeça?’. E, claro, decepcionei a Denise, a família dela, meus pais e a torcida jovem do Flamengo, basicamente.

Bebedeira no casamento da Chiba.

Claro, eu perdi o controle com o Black Label a vontade. Me lembro de ter ido pra pista dançar, – você, leitor deste blog, não tem noção do desprendimento moral que isso significa pra mim – depois tenho três flashes. No primeiro estou caído na sarjeta de uma alameda, tentando sair do carro. Na segunda, estou vomitando na minha camisa e, finalmente na terceira, estou no chuveiro da casa do meu cunhado.

Abandonei aquela fase imbecil em que bebemos só pra contar o quanto de bebida aguentamos e como somos inconsequentes etc. Uma bebedeira como essa vai ser inesquecível, mas de um jeito grotesco, como uma desgraça, uma maldição.

Tudo o que eu não queria aconteceu. A Denise me acompanhou, fez de tudo pra me levar pra casa seguro. A única coisa que perguntei a ela foi se eu a tinha envergonhado publicamente. Derrotados, eis seu novo líder.

Errar é uma parte da vida que a gente não decide. E a consciência pesada é meu túmulo de más escolhas. Pedi desculpas óbvias, mas eu não espero que ela aceite.

A aliança ela deixou na minha carteira.

e, provavelmente, nem vou falar sobre o Rage Against no SWU, devido aos fatos.

Minutos de sabedoria

Dia desses, na redação:

Chiba: Sol, você tem muita coisa aí pendente pra fazer?
Solon: Não, tenho bem pouco!
Eu: Wrong answer, man.
Sólon: Por que?
Eu: Vai por mim.

Minutos depois…

Chiba: Sol, então, você vai cuidar das minhas pendências enquanto eu estiver de licença, tá?
Eu: Falei?
Solon: Putz.

Penso seriamente em montar um caderninho do que fazer para não se dar mal em casos dese tipo.

Sonhos da noite passada

#001
Cheguei na casa do Leo, ele disse que tinha inventado um tipo de ácido ou qualquer coisa química, misturando pasta de barbear, halls azul e aquela pasta de dente com gel e glitter.

Amarradão, sentei na sala e pedi pra ele me mostrar como funcionava. Juntou as substâncias e me explicou a função de cada uma, pique Laboratório de Dexter.

Começou a fazer fumaça e um cheiro terrível do chão que queimava.

#002
Desço do prédio de manhã, de shorts e tênis de malhação, começo a andar no sentido da academia, seriamente pensando em ir, mas quase desistindo, lembro de ter parado pra batucar com os dedos em algum carro, fingir que estava esperando alguém e subir, vergonhosamente.

Então olho pra trás e vejo uma menina que estudou comigo a vida toda fazendo uma caminhada de calças brancas (segundo a Denise, preferência nacional), iPod branco e camisa branca, com a estampa de um cartoon do Allan Sieber.

Passou e não percebeu minha presença, tentei gritar alguma coisa, mas minhas regras de etiqueta pessoais não permitiram.

Como se nada tivesse acontecido, subi pra casa coçando a cabeça e imaginando se ela assinava o feed do Alan Sieber.

Recomendações do coração

Amig@s, venho por meio deste post indicar o Zuei de Chanel, blog da minha garota.

A Denise é dessas pessoas que escrevem bem mesmo os e-mails pessoais mais rotineiros e consegue ser profunda até nos post-its colados no monitor. Claro que sempre ficava maluco por ela não ter nenhum relicário virtual onde pudesse guardar seus pensamentos.

Ela vai escrever sobre moda, envolver música, cinema e qualquer outra coisa que lhe cause distúrbio nos sentidos. Coisa fina, vão por mim.

Fica a diva.

Sangue verdadeiro

  1. Robson Assis
    bigblackbastard A seguir, minhas constatações menores sobre True Blood 22 Sep 2010 from Echofon
  2. Robson Assis
    bigblackbastard A protagonista está doentiamente inserida naquele parada dos filmes de terror de correr atrás do perigo e não o contrário 22 Sep 2010 from Echofon
  3. Robson Assis
    bigblackbastard O caipira imbecil estilo ‘Os Gatões’ tenta ser engraçado, mas apenas cumpre com louvor seu papel de panaca limitado 22 Sep 2010 from Echofon
  4. Robson Assis
    bigblackbastard Na época da série, a humanidade vive uma espécie de apartheid de vampiros legal pra teorizar (lookin’ the bright side) 22 Sep 2010 from Echofon
  5. Robson Assis
    bigblackbastard Os vampiros não são bonzinhos e, embora sejam fortes e assassinos, não tem uma palavra forte que as pessoas obedeçam. Pique Dorival 22 Sep 2010 from Echofon
  6. Robson Assis
    bigblackbastard Os personagens são forçadamente caipiras do naipe ‘you know, I like kids…& donuts’ 22 Sep 2010 from Echofon

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Sério, estou assistindo True Blood por recomendação da Denise. É meio que um The O.C caipira e com vampiros, até onde minha limitação em conhecimento de séries pode me levar. Apesar de toda essa descrença nos tweets, posso dizer que cada personagem poderia facilmente ter uma série exclusiva sobre sua história.

Na verdade, minha sensação é a de que o diretor criou a parada com tanto entusiasmo, naquele melhor estilo Precious: Ela vai ser negra, não, não… Ela vai ser negra e ter uma mãe alcoólatra, não, não, espera. Ela vai ser negra, ter uma mãe alcoólatra e cristã, com um demônio no corpo. Ela vai mascar chicletes em todas as cenas e vai ter um primo. Sim, um primo, saca só. O cara vai ser bissexual, negro, fazer trabalhos eróticos pra gente famosa e vai ter um site de pornografia. Isso, isso!

E não inventei nada, tudo isso realmente existe na série.

Recomendo, dá pra perder boas horas com os Lestats amorosos e inadequados desta década. Bram Stoker chora, as meninas regozijam.

Procura-se

Procura-se meu espirituosismo. Sumiu semana passada depois de ter ido à padaria comprar cigarros.

O que me faz pensar: Será que as pessoas que dizem ‘vou na padaria comprar cigarros’ e nunca mais voltam realmente passam pela padaria? Não faz sentido cumprir sua mentira, se você quer fugir de qualquer maneira. Seria a padaria uma espécie de limbo moral em que as pessoas decidem se abandonam ou não suas vidas medíocres, seja elas quais forem?

Mas bem, eu falava do meu espirituosismo…

Aconteceu quando a empresa de manutenção veio consertar o ar condicionado que fica sobre minha cabeça. Enquanto um dos fulanos subia a escada, o outro apoiava e, por acaso, bisbilhotava meu bloco de notas enquanto eu escrevia um texto qualquer para este blog.

E eu, que não admito leitores em tempo real, fechei o arquivo sem concluir o raciocínio.

Exatamente como neste texto.

Nota

Perto do dia 15 de cada mês começo a ter sintomas da minha depressão mensal, que a Denise chama carinhosamente de TPM financeira. Os sintomas são a queda abrupta do espirituosismo, acentuada por uma presença online menos frequente e que, no dia 15, chega a níveis tão baixos que os instrumentos mais avançados sequer conseguem detectar.

(outro sintoma é escrever textos com explicações absurdas como esta)

E como o trabalho não para de pulular estou offline e pouco orgulhoso disso.

Volto em breve.

Dilema de produtividade

Ou Leio meus feeds do Google Reader mais por raiva do que por vontade

Chega a ser meio esquisito, eu assumo.

Estou trabalhando, certo? Sentado na minha mesa, de frente para o ecrã, lendo meus feeds respondendo solicitações urgentes, a coisa toda. Pra isso tenho meu fone de ouvido com redução de ruídos externos.

Então coloco pra tocar uma música boa qualquer. E me transporto. Saio da sala, é como se estivesse trabalhando numa realidade paralela acima do escritório, da cidade, do mundo. Sozinho, tranquilo e distante.

Segundo Bob Black, bem-estar e trabalho são termos que automaticamente saem correndo um do outro. Acho que ele usa a palavra excludentes. Não tenho certeza.

Uma sensação ao menos interessante. Esqueço a mais valia, os processos burros. Começo a ser mais produtivo, mesmo para esses assuntos que não me importam tanto. Me torno uma autoridade em marcar planilhas, responder pendências antigas as quais eu realmente não dou a mínima.

Até que alguém me sacode:

-Ow, Robson, que isso, menino? Tá perdido? Tão te chamando ali no outro setor, hahahah, tá viajando? Que maluco! Aiaisóvcmsm.

Paro o que estou fazendo e, depois de atender o(a) fulano(a) e perceber que a sensação toda se esvaiu, eu leio meus feeds. Todos. Impreterivelmente. E talvez não volte a trabalhar mais durante o dia todo, nunca se sabe. Bob Black está comigo e nada me faltará.

O Mendigo Sofista

Certa vez, caminhava na Paulista com o Barba, provavelmente após algum festival independente na Outs, ou no Espaço Impróprio. Seguíamos em direção ao MASP, pra descer pelas escadarias assombrosas até a Nove de Julho onde tomaríamos o ônibus.

Eis que um sujeito nos interrompe no caminho. Tinha gingado, jeito de falar e vestimentas próprios de um mendigo. Dá pra sacar, certo? Veio com a velha história de que tinha perdido tudo. Num sotaque esquisito, é preciso explicar.

E num monólogo de dar inveja no Joel Santana nos pediu qualquer dinheiro para a passagem, pois tinha sido assaltado e zzzZZ…

Até aí OK, pensamos que o cara realmente fingia saber inglês, quando na verdade ele fingia saber português e, provavelmente estava falando sério quando nos perguntou num inglês perfeito: do you speak english? Man, I’m fucked up, you know? I need someone who talks.

Nos entreolhamos desesperados pois (a) se o cara falava inglês tão bem, talvez não estivesse nos sacaneando e (b) se ainda assim estivesse nos sacaneando, que diabos fazia um cara bilíngue na rua do desespero sem número?

Saquei uma nota de dois reais e respondi que não falava inglês tão bem quanto ele, mas talvez se ele tentasse explicar sua história devagar eu poderia entender.

-Oh, man, thank you! Really. This is embarassing, but I’m loose all my stuff and need this help. Aprecciate it. I’m a english teacher for brazilians, but I don’t know where is the school that hired me and now I’m lost in town.

Tudo compassado, quase melodioso. Era o mendigo provando que eu era um idiota. E eu, ainda no jogo, tentei empatar:

-hmm, OK, man [cara de decepção]. This is all I can do for you right now.

E, quando terminei a frase ele desembestou a falar depressa, como um Nilson César narrando o Superbowl. Se desculpou e continuou. Entendi que ele tinha perdido sua bagagem e seu contato [cara que segura a plaquinha no aeroporto]. Dois reais não iam ajudá-lo em muita coisa, mas pagava um ônibus na época ou ajudava a comprar um cartão telefônico.

Ele agradeceu novamente, tomou um papel do bolso e transcreveu o número e nome da escola em que iria ministrar aulas, caso quiséssemos aparecer por lá.

Foi assim que (a) ganhamos uma aula de inglês gratuita de cinco minutos com um professor fluente e deploravelmente sujo ou (b) descobrimos que os mendigos da paulista estão evoluindo para uma nova classe mais sofista e mind gamer do que nunca.

Graças a Deus é segunda-feira

Cheguei no trampo, estou ouvindo Mahler e gostaria de compartilhar. Period.


Gustav Mahler – Symphony No. 5: Adagietto

Mas só porque, diabos, pratiquei a solidão quase absoluta no final de semana inteiro. Também, precisava.

Acabei lendo dois clássicos da coleção. Vi dois ou três filmes pendentes, sei dizer de imediato a classificação do meu time no campeonato nacional. E sei dizer do seu time também, Léo, a propósito, que virada, hein, man?

Se eu tivesse uma semana inteira como esse fim de semana, na outra segunda-feira meu quarto seria interditado pela Defesa Civil como local utilizado para criação de zumbis.

Eu tenho isso de não me cuidar fisicamente quando estou sozinho. Tento imaginar como seria se não precisasse trabalhar, nem tivesse ninguém na vida. Salinger perde. Por sorte sou este gordo de classe média, menos detestável por escovar os dentes depois das refeições e tomar banho diariamente.

Como diria o NOFX, thank god it’s monday.